05 maio 2009

A ressurreição do mestre Coppola




Cefas Carvalho

Há tempos, vinha lendo nos blogs e sites especializados sobre o novo filme de Francis Ford Coppola, “Tetro”, que em breve chegará aos cinemas. Eis que dando uma espiada no blog Bazar, do amigo Alex de Souza, jornalista bom pra danado, deparo com o trailler do novo Coppola que o cidadão botou no seu blog. Após os dois minutos de cenas em p&b, cenografia caprichada, um clima nostálgico e as presenças de gente como o esquisito Vincent Gallo e a musa Maribel Verdu, fui tomado pela emoção. Será a ressurreição do velho Coppola? Sim, porque quando o vírus da cinefilia se apossou de mim nos anos 80, o homem era um mito. Havia feito “O poderoso chefão 1 e 2” (na época não havia o 3, que é de 1990) e “Apocalypse now”, filme que arrebatou minh´alma e, presumo eu, toda uma geração de cinéfilos. Ainda realizou uma obra como “A conversação”, filme denso e misterioso. Fez filmes de baixo orçamento que amo até hoje, como “Rumble fish” e “Outsiders”, além do lindo e pouco visto “No fundo do coração”. Mas aí veio a decadência: o irregular “Jardins de pedra”, o mediano “Cotton club” e o sofrível “Jack”. Certo, mesmo decadente, o homem realizou “Dracula de Bram Stoker”, um das coisas mais sensacionais que assisti numa sala de cinema, mas também cometeu um clipe imenso - e chato- para Michael Jackson. O horror, o horror... Mas eis que com “Tetro”, que conta a história de um rapaz que viaja para Buenos Aires para resgatar a história de sua família e a própria história, o Coppola dos velhos tempos pode renascer. Se até Mickey Rourke – deformado e ex-alcóolatra – tal qual fênix ressurgiu das cinzas com “O lutador”, porque não o bom e velho Coppola. Que os deuses do cinema abençoem a nova obra do velho mestre, que chega aos setenta anos.

Nenhum comentário: