04 junho 2010

O conga e o congresso





Cefas Carvalho

Cada um ouve as palavras como quer. Foi esta a conclusão que dia desses, eu e os amigos petistas Amorim e Fernando Mineiro chegamos, após uma conversa sobre músicas - após a conversa sobre política, claro - e os equívocos que as pessoas cometem em relação às letras. Eu havia recordado como o brasileiro erra a letra do hino nacional. Tudo bem que a letra é por demais pomposa e arcaica, mas, convenhamos, não saber duas frases de uma letra que ouvimos desde a mais tenra infância é dose. Em um artigo na revista Papangu, recordo que Damião Nobre escreveu sobre o tema, registrando que muita gente canta o “Ouviram do Ipiranga” como “Ouvirumdumpiranga”. Dúvidas? Confira quando os jogadores da seleção brasileira cantarem (?) o hino na Copa do Mundo.
Nos divertimos lembrando de equívocos em relação a canções de Fagner, Renato Russo e até Chico Buarque. Foi quando me lembrei da explicação que o zagueiro Odvan, revelado pelo Vasco da Gama e chegou a jogar pela seleção na malfadada era Vanderlei Luxemburgo, deu em uma entrevista ao Esporte Espetacular deu sobre seu nome: sua mãe era fã de Roberto Carlos e quis homenagear “O Rei” dando ao filho o nome de uma de suas canções. Mas, espere aí, Roberto não tem nenhuma canção chamada “Odvan”. Tem sim, segundo a mãe amorosa: “O divã”.
Foi quando Mineiro recordou de caso que ouviu em um programa de rádio do interior. O locutor, todo animado, recebia telefonemas dos ouvintes pedindo músicas. Foi quando uma senhora entrou no ar, feliz e serelepe, mandando beijos para toda a família e pedindo a música “O conga e o congresso”. O locutor estranhou. De quem, a música? Roberto Carlos, claro, disse a senhorinha. O locutor quebrou a cabeça e não conseguiu lembrar que o Rei tivesse escrito alguma canção sobre o Congresso Nacional e sobre um tipo de tênis (lembram-se do bom e velho conga?). Pediu para a mulher cantarolar um trecho da música. Então, ele entendeu. Ela pedia “O côncavo e o convexo”...

2 comentários:

Vanessa Souza disse...

Belo texto.

Não sou da época do conga :)

Rô Moreira disse...

kkkkkkkk
Muito legal.
vcs são dez!